Dias desses estive assistindo uma palestra de um Guru (Sadhguru) cujo tema resume-se no presente titulo acima; titulo resumido, conclusivo. Entendi que não sendo ele (o Guru) um ocidental, deu titulo à sua palestra uma denominação que até o faria, porem, com um pouco mais de cautela se fosse um brasileiro. O titulo nomeado foi: “Aprenda abrir o Terceiro Olho”. ____ Rssssss!
Até aquele momento nunca havia ouvido falar na teoria do Terceiro Olho. Por isso mesmo, ainda que tenha muito respeito pelo palestrante, ainda que tivesse com as atenções totalmente voltadas para colher as suas sábias palavras, ainda assim não contive o riso quanto ao título dado à palestra. A herança cômica e machista canta muito forte em nossos sentidos: A ideia de Abrir o ‘terceiro olho’ para um macho latino é no mínimo, constrangedor.___ Perdoem-me se puderem essa gracinha!
Quanto ao tema, a teoria do terceiro olho basicamente é atuar como um Portal entre a consciência humana e o mundo espiritual para facilitar a inspiração, a comunicação com o espiritual. Mas eu não domino essas técnicas e, na verdade, não me interesso mesmo por elas. Prefiro me manter no nível natural das pessoas e considerar o pensamento, a reflexão atenta e investigadora como o “terceiro olho”. No fundo, no fundo penso que a teoria se resume nisso mesmo.
Hão de convir: claramente vivemos mesmo muito presos aos 5 sentidos do corpo físico. Somos, por isso, muito iludidos pelas coisas deste mundo terreno. É urgente que aprendamos a usar o “Terceiro Olho”, o Olho da mente como acima traduzi. Não devemos seguir vivendo acreditando que verdade absoluta é o que captamos com os sentidos do corpo.
Quando olhamos para o escuro, por exemplo, acreditamos que o estado de escuro existe de fato; os nossos olhos estão vendo o escuro e o nosso cérebro está traduzindo a imagem como escuro; portanto o escuro existe está ali; é real. Assim concluímos. Entretanto, como diz Masaharu Taniguchi (Seicho-No-Ie): “o escuro é apenas a ausência da luz”. Onde há luz não é possível a existência do escuro, não há trevas. Você não pode fazer desaparecer a Luz impondo o escuro; mas pode fazer desaparecer o escuro impondo a luz. Você até pode colocar uma bacia na frente da lâmpada e, assim, projetar sombra (escuro) no ambiente. Mas esse fato é traduzido como encobrimento da luz, não como a ação do escuro sobre a luz. Podemos nos iludir com o que nossos olhos estão vendo. Entretanto, se observarmos com mais atenção (olharmos com os olhos mentais) perceberemos que a lâmpada continua projetando muito luz atrás da bacia. Apenas o que precisamos é não deixarmos que nada possa encobrir a nossa Luz; a Luz divina que está em nós, sempre esteve, e que jamais deixará de estar.___ Cuidado, portanto, com “as bacias” da vida!
Quando você olha para um lápis vermelho você se ilude que o lápis de fato seja vermelho, porque os seus olhos estão vendo o lápis vermelho e o seu cérebro está traduzindo a imagem como lápis vermelho. Entretanto, o vermelho é apenas uma conclusão de seu cérebro, a cor vermelha está em você, não no lápis.
Para clarear um pouco isso, copiei da internet esses dados científicos:
A Óptica e as cores dos objetos – https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/a-optica-as-cores-dos-objetos.htm
O que é a cor?
“Entre os vários fenômenos relacionados com a luz, podemos dizer que a refração e a reflexão difusa da luz são os grandes responsáveis pela nossa percepção visual dos objetos.
Sabemos que a luz branca proveniente do Sol ou de uma lâmpada é uma onda eletromagnética composta por diversas outras ondas eletromagnéticas, que se diferenciam por seu comprimento de onda, mas que se assemelham pela sua velocidade de propagação no vácuo. Assim, cada cor é uma onda eletromagnética.
Isaac Newton (1642 – 1727) fez uma experiência na qual fazia um feixe de luz branca atravessar um prisma de vidro. Ao atravessar esse prisma, essa luz era refratada, ou seja, sofria desvios e era decomposta, de forma que se podia observar sete cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. A esse conjunto de cores separadas, dá-se o nome de espectro da luz visível, pois, ao atravessar um prisma invertido, as cores juntam-se novamente, resultando na luz branca visível.”
Tudo isto exposto, então, devemos abrir o Terceiro Olho para observar a vida, as circunstancias da vida, nosso dia a dia, nossas relações, desejos, reações do nosso corpo, etc, para tentar corrigir as possíveis ilusões. Tudo está um pouco além do que você vê… Ou é tudo conforme você vê. Ao ler um livro sagrado, por exemplo, você pode extrair do mesmo texto camadas e mais camadas de conhecimento que não colheu nas leituras anteriores. Leia mais, observe mais, reflita mais. Use mais intensamente o Terceiro Olho (mais foco, mais atenção).
Você pensa, por exemplo, que o seu pecado existe. ___ Ora! Quando você se sente perdoado o tal pecado não desaparece? ___ Você pensa, por exemplo, que a sua doença existe. ___ Ora! Quando a sua doença é curada ela não desaparece? ___ Além do mais todas essas coisas são apenas frutos da escuridão mental, das trevas, da ilusão dos sentidos, e mantém a nossa existência que não é matéria em continuo sofrimento. Com pecado ou sem pecado, com doença ou sem doença seu corpo, que não é em absoluto a sua Vida verdadeira irá perecer algum dia. O ganho aqui é que não precisamos ficar apegados na ideia de que somente nos livraremos dos sofrimentos com a morte do corpo físico. Aqui agora pode ser o Paraíso. Sofrimento é ilusão tanto quanto achar que o escuro ou a cor vermelha existem de fato. Na verdade nem o seu corpo carnal existe de fato; por isso mesmo é que um dia desaparece.
Seja Luz sempre. Seja fraterno, amoroso, generoso, justo, honesto em todos os seus atos. Isto é que é o reflexo da Luz Divina. Não há “bacia” que possa jamais encobrir essa Luz.
Muitas Bênçãos!!!