Dois jovens estavam perdidos numa região longínqua e desconhecida. Sua embarcação havia naufragado e eles tiveram que nadar bastante até à margem. Aparentemente somente os dois foram os sobreviventes.
Sem nada poder fazer para ajudar aos demais; mesmo porque não se via mais ninguém por ali; após descansar, resolveram seguir a pé em busca de socorro.
A aventura, dependendo do tempo que levariam para encontrar ajuda, seria bem dolorosa em razão de ambos estarem muito cansados, descalços, sem nenhuma proteção do escaldante sol, sem água ou alimento.
Depois de muitas horas de uma exaustiva e dolorosa caminhada; surpresos, se depararam com uma imagem extremamente gratificante e até curiosa. ___ “Só podia ser graças milagrosas de Deus” ___ pensaram. Estavam diante de uma bicicleta e um par de botas.
Como aquilo poderia estar ali naquele local tão isolado? Teria sido em razão de alguém ter perecido naquele local e apenas o que sobrou tenha sido isto, que para eles era um grande e abençoado tesouro?
___ O que vamos fazer agora? ___ perguntou um dos meninos.
___ Eu não sei você; mas eu vou pegar essa bicicleta e partir para a salvação! ___ respondeu o outro; e completou: ___ Você pode ficar com as botas!___ e partiu sem nem esperar o que pensava o outro.
O menino que ficou com as botas, pensou triste: “Bem que poderíamos ter ficado com a bicicleta para transportar os dois e, em revezamento, iríamos usando as botas quando estivesse pedalando”.
Mas não foi assim que o outro pensou.
Resignado partiu então, agora confortavelmente com os pés protegidos. Algumas horas de caminhada depois, porém, muito surpreso encontrou o outro menino sentado ao lado da bicicleta.
___ O que aconteceu? ___ perguntou muito preocupado o menino das botas.
Com falsa dor na consciência o outro disse: ___ É que eu vim pensando pelo caminho, e acho que não fui justo com você ficando com a bicicleta! Assim, quero propor uma troca!
O menino das botas ficou muito feliz de que o outro tivesse se tocado quanto ao seu ato injusto.
Entretanto, a proposta do menino da bicicleta tinha uma potencial razão de ser, que não a de autoconsciência da injustiça cometida.
A razão verdadeira era a de que: a partir dali, toda a caminhada não permitia mais o uso da bicicleta. O caminho era montanhoso e com muitas pedras por todo caminho. A partir dali um par de botas seria o mais adequado. Aliás: seria o único “transporte” recomendável.
O coração sensível e bondoso do menino das botas ficou tocado.
___ Está bem! Se isso te faz feliz, vamos trocar!
O outro menino rapidamente calçou as botas e partiu as pressas. Assim, quando o bondoso “menino das botas”, que agora passou a ser o “menino da bicicleta”, percebeu que não poderia seguir avante montado naquele veículo, e nem também descalço, entendeu triste a verdadeira intenção do outro rapaz.
Resolveu então orar e refletir por alguns instantes, e entendeu que deveria retornar para de onde haviam partido. Mesmo porque era o único caminho que poderia seguir numa bicicleta.
Um dia depois de tanto caminhar chegou próximo de onde havia partido após o naufrágio e encontrou, muito emocionado e feliz, o pessoal do resgate.
Seguindo ainda o impulso de seu bom coração apontou para onde o outro menino havia seguido. Porém, nunca mais soube noticias dele.
LIÇÃO COLHIDA:
Quem sempre age com amor e justiça nunca estará sozinho nas suas decisões. Elas sempre estarão substanciadas pela providencia divina. Toda ação de Amor é invariavelmente elo com o divino, Fonte de Sabedoria. Todas as nossas intenções e ações são as verdadeiras e sinceras Orações a Deus. A sabedoria universal nos acompanha e somente interfere em conformidade com as Suas Leis. As “coisas” que quisermos pedir a Deus devem ser feitas através de ações amorosas e sinceras. Essa é a única oração eficaz. As Leis Universais infalivelmente lhe responde em conformidade com as “sementes” que você plantar. Nunca será de outra forma. Orai, portanto… Mas vigiai a sua oração (intenção/ação/atitude).