Praticamente todas as madrugadas tenho o hábito de levantar para tomar água no filtro; água natural. E para eu não despertar totalmente do sono, não acendo nenhuma das luzes de casa; a penumbra existente me proporciona enxergar o necessário. Entretanto, com essa pouca visibilidade não consigo enxergar o nível da água que está enchendo a caneca. Assim, para não promover o transbordamento eu me utilizo do som produzido pela água fazendo o enchimento, e sinto claramente quando a caneca está próximo do nível cheio. Foi daí que intuí este tema. Fazendo uma analogia simples, entendo que essa ação cotidiana pode nos servir substancialmente como um sábio mestre nos indicando as “rotas” adequadas a seguir em nossas vidas.
Muitas pessoas, por exemplo, por vezes sentem grande apetite em consumir bebidas alcoólicas, usar drogas ou vivenciar outros tantos prazeres sem muito controle. Se estivessem mais atentas “ao som desta caneca”, poderiam perceber que esse apetite é proporcionado possivelmente por acumulo de insatisfações. E nestas circunstâncias emocionais os prazeres funcionam como elemento compensador. Como os prazeres são sempre inebriantes, eles podem instar-se na mente da pessoa como um vício; um falso “amigo consolador”. Porém, repito, se conseguirem “ouvir os sons destas canecas”, aos “barulhos” que essas sensações proporcionam na mente, podem, para o bem de sua própria vida ajustar a rota; que são os verdadeiros objetivos desses “sons da vida”; os misericordiosos e sutis sinais.
O nosso corpo, o nosso organismo, também funciona utilizando-se dos “sons das canecas de advertências”. Por exemplo: quando imprudentemente uma pessoa faz uso de um calçado não adequado, os “sons” de alertas desta inadequação são, invariavelmente, produzidos e “enviados” para nossa mente em forma de incomodas dores na periferia dos pés. Ao identificar que algo externo (o calçado) está comprimindo em demasia os pés, o organismo promove o endurecimento da pele naquele local com o providencial objetivo de proteger os ossos. A isto damos o nome de “calo”.___ E como dói, não é mesmo? ___
Infelizmente existem muitas pessoas abdicando da abençoada prerrogativa de racionar mais, e vivem sofrendo com dolorosos “calos” na sua vida por pura falta de atenção “aos sons” que a Vida misericordiosamente lhes apresenta. Devemos, portanto, estar sempre atentos aos “sons das canecas” da Vida. Os sinais estão sempre disponíveis, basta ficarmos mais atentos.
Os viciados, de qualquer espécie, não raciocinam; eles apenas são arrastados pela poderosa força da ânsia do prazer; prazer efêmero e mentiroso. É por isso mesmo que todo vício é considerado uma Doença.
A propósito, ainda, deste tema; deixo aqui um alerta doméstico: Quando vocês, pais, estiverem falando muito alto com os seus filhos; quando vocês, casais, estiverem falando muito alto um para com o outro, é um “som” claro de que os seus corações estão muito distantes.
Penso que o vício que temos de economizar tudo, pois assim fomos e continuamos sendo educados; faz com que muitos, inconscientemente, também atuam com a inércia do habito de economizar na hora de “pensar”. Mas, raciocinar não é para ser economizado. Esse tipo de economia somente nos trazem prejuízos. Há até uma fala popular que diz: “Não esquenta a cabeça com isto não”. ___ Bem: Eu sugiro que na maioria das vezes deva sim, “esquentar”.
Tudo que se passa na nossa vida é lição. Tudo nessa vida tem os seus respectivos “sons de alerta, sons de aviso, sons de informação”. No evangelho de Lucas Capitulo 8-5/8 Jesus fala às pessoas em parábolas; a Parábola do Semeador. E no versículo 8 ele Clama: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Os sons da vida são misericordiosas “palavras audíveis” para os que, ouvindo com um coração atento, bom, humilde e generoso, conservam a Palavra e dão bons frutos pela perseverança e dedicação.
Podem “ouvir” o meu sincero Abraço?
Bençãos!!!!