Em um tempo muito, muito, muito remoto; num país muito, muito distante existiu o reino da era Mai. No reino desta boa princesa havia um velho e curioso costume em que todas as pessoas tinham de se abraçar por 30 segundos, pelo menos duas vezes por dia. Era um abraço silencioso, mas bem aconchegante e caloroso. Era como uma grandiosa Oração coletiva diária. Todos olhavam para o grande relógio que havia em frente ao palácio real; tão grande que dava para ver de qualquer uma das vilas do reino para considerar o tempo comum nesses abraços. A harmoniosa relação entre os concidadãos era admirável e até emocionante.___ Imagine que bela imagem se vê toda uma cidade se abraçando!
Porém, num belo dia, durante um dos costumeiros abraços popular, o grande relógio parou de funcionar e o povo todo ficou chocado. ___ E agora? ___ pensaram as pessoas ___ Como iremos nos abraçar se não podemos mais marcar o tempo previsto?
Entretanto, mesmo com todo aquele alvoroço, um velho cidadão muito conhecido, Senhor Ornélio, nome outrora reduzido pela família para Nélio, e posteriormente para Lilinho, como era mais conhecido, assim mesmo foi na praça para abraçar o seu povo. Algumas pessoas olharam para ele e até que nem estranharam muito, pois, levaram em consideração de que ele era um deficiente visual. Assim, então, alguém carinhosa e providencialmente lhe deu a dolorosa noticia a respeito do relógio da praça central.
Mas Seu Lilinho, um velho e bondoso homem, foi quem advertiu aos demais, dizendo: ___ Meus irmãos, eu na verdade nunca levei em consideração o tempo de nossos abraços! Não é o tempo que conta; não é o tempo que importa, mas sim: o abraço! ___ e prosseguiu ___ Enquanto a nossa cidade estiver vivendo neste costumeiro respeito e admiração mutua, nossa cidade permanecerá num grande e abençoado abraço fraternal e permanecerá em harmonia! E nesse contexto nem mesmo o abraço físico importa! O maior abraço é o Amor e respeito em que vivemos!
As pessoas, então, muito emocionadas com aquelas palavras do sábio amigo, se abraçaram em um único e grande abraço, e nem perceberam o tempo que durou. A emoção foi tão grande, a vibração de harmonia foi tão grandiosa que até o relógio voltou a funcionar. Dizem até que o relógio se ajustou sozinho.
Anos depois deste dia, quando o sábio deficiente já havia partido para o mundo espiritual, o vigário da cidade contou que Seu Lilinho houvera dito em confissão: ___ Padre, naquele dia eu “vi” o grande relógio com um Imenso sorriso!
Caros leitores: Não sejam cegos do espirito ou economistas do amor. Abracem generosamente uns aos outros que se apresentarem em seu caminho todos os dias da sua vida. Tanto faz se forem pessoas, fatos, atitudes ou coisas. Quando conseguimos com nossas atitudes ver um “imenso sorriso” nas circunstancias da vida, podemos ter certeza que vimos Deus sorrir. E essa é a única maneira de vê-Lo assim tão feliz. Todas as circunstâncias de sua vida são verdadeiras oportunidades de ver Deus sorrir. E, Atenção: Em todos esses momentos olha-se num imaginário espelho de sua mente. Essa é a única maneira de “ver” sua alma sorrindo sem que tenha sido por prazeres efêmeros.
Um Grande Abraço!