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“A VIDA NÃO É SÓ ISSO QUE SE VÊ”

“A vida não é só isso que se vê” é frase de uma canção da musica popular brasileira intitulada “Sei lá, Mangueira”. Registro aqui o crédito aos autores Hermínio Bello de Carvalho e Paulinho da Viola.

A história dessa composição, contada pelo próprio poeta Hermínio, narra que havia à noite de certo dia subido o famoso Morro da Mangueira por convite do cantor e compositor Angenor de Oliveira; o já consagrado Cartola. Hermínio, cidadão do asfalto, “porque branco não subia o morro”, ficou deslumbrado com a visão que teve da sua cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro, lá do alto morro. Daí os primeiros versos: “Vista assim do alto mais parece o céu no chão…”; vista que nunca havia tido. Naquela hora a cidade maravilhosa já estava com as luzes da cidade (ruas, praças e residências) acessas, dando assim uma perfeita imagem de estrelas no chão para quem as vê do alto do morro.

E os versos, então, transbordaram da mente do maravilhado poeta: “… Pra se entender tem que se achar… que a vida não é só isso que se vê… que é um pouco mais que os olhos não conseguem perceber…”. Aqui o letrista está falando de que a visão que tinha de sua cidade era ainda inferior à realidade da “maravilha” tão propagada. Vista assim do alto era uma visão bem mais completa, “maravilhosa”.

Em nossos “dia a dia”, dias de toda a humanidade, também tem sido assim. Normalmente observamos, e, consequentemente criamos conceitos substanciados pelas sensações que tivemos; principalmente de “imagens e sons”. Conceitos relacionados à educação, ética, justiça, moral, índole, fé, são obtidos potencialmente pelos sentidos da visão e audição: o que lemos, vemos ou ouvimos. Concordam?

Para outros conceitos, como cheiros e paladares, usamos os sentidos do olfato e paladar. Mas, fundamentalmente são através das experiências que temos que conceituamos as coisas do mundo. Se bem que muitos, preguiçosos do raciocínio, “simplificam” tudo seguindo a cabeça dos outros. Nesta nova era basta ver os “influencers” digitais.

“Em tempo: a mim não cabe este rótulo porque não tento influenciar ninguém com meus textos; apenas publico as experiências que colhi ao longo dos meus 74 anos de vida”, incluindo os equívocos.

Não deve ser simplesmente pelo fato de que vi algo que desejo ou preciso, que devo “comprar”; não pode ser simplesmente pelo fato de que ouvi sugestões, que devo “trazer para mim”. Os “vendedores do cotidiano” podem ser falsos ou cometerem naturais equívocos; tanto quanto os “profetas” também; são todos seres iguais a nós; na essência ninguém é superior.

As mensagens podem surgir de onde vierem; a verdade pode surgir de onde vier; a fonte da verdade não importa absolutamente qual seja, você deve sempre fazer as suas próprias reflexões para genuinamente conceituar as suas próprias conclusões. Toda mensagem será aceita ou rejeitada pelos conceitos que já habitam você; basta prestar atenção.

Ainda que essa teoria possa ser rejeitada por muitos, vou polir um pouco mais a citação acima “a fonte da verdade não importa absolutamente qual seja”: Quero dizer que a verdade (ou informação) venha de Buda, Cristo ou Maomé (apenas para citar três admiráveis iluminados), qualquer “informação” tem de ser digerida mentalmente para que seja posta em prática pelo próprio adquirente com convicção de quem conheceu a verdade, apreendeu a informação. É que nem um manual de instruções: O “manual de instruções” não fará jamais por você; a “peça” que você adquiriu jamais estará “devidamente montada” se você não compreender as informações contidas no manual e executá-las em conformidade. Cego seria aquele que pensasse que o Manual de Instruções por si só montaria a peça, seja qual for. Não basta ter em mãos o seu livro sagrado, mas apenas seguir o que lhe diz seu orientador. Reflita com atenção o que lhe foi dito (ou lido), não devemos, jamais, declinar nosso dom de pensar.

Fomos criados aprendendo sistematicamente a economizar tudo. Isso está profundamente enraizado em nossa memória. Porém, no fundo dessa orientação o objetivo nem é economizar propriamente dito, mas sim “não desperdiçar”. Por isso mesmo faço aqui o meu alerta: “Nunca economize raciocínio. O raciocínio existe para ser usado sem parcimônias; é uma “fonte” infinita e que nunca será desperdiçada. Sempre haverá proveitos, lições em seu pensar. Portanto, gaste bastante seu raciocínio para nunca se tornar uma “maria vai com as outras”.

Desejo Muita Luz e Inspiração em sua vida!

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